“ Um grande erro é arruinar o presente lembrando de um passado que não tem mais futuro”.
–Autor anônimo –
Essa reflexão nos traz para a ideia do fechamento de ciclos. Quando falamos de ciclos, nos referimos a aqueles processos de vida que começam, se desenvolvem e terminam. Embora na prática nada termine completamente, é importante aprender a fechar ciclos quando o processo se esgota, para conseguirmos seguir em frente.
Para isso, inicialmente você tem que saber diferenciar entre fechar ciclos e sofrer uma perda. O fechamento de grandes etapas da vida envolve perdas e traz sofrimento, mas não tem o caráter repentino ou profundamente doloroso que as perdas envolvem. O fechamento de um ciclo inclui perdas, mas as perdas não incluem necessariamente um fechamento.
Você não precisa ficar se culpando ou culpando outras pessoas por não conseguir tão facilmente. A realidade é que esse tipo de processo precisa de muita disposição, pois nem sempre ele traz alívio imediato. Se fosse simples, muitos relacionamentos péssimos, por exemplo, seriam abandonados com facilidade. No entanto, a gente sabe que não é isso que acontece.
Todos os acontecimentos da nossa vida têm um final óbvio. Muitas vezes, nós nem queremos que tenha. Vamos olhar por exemplo para um relacionamento problemático. Para quem está de fora, na posição de observador, é óbvio que algo tão tóxico deveria ter um fim. No entanto, para quem está dentro do relacionamento, o fim não está previsto e as vezes é impossível. Assim sendo, cada um luta para manter o status quo.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) olhar para cada acontecimento da vida como algo natural e aceitar que fizemos tudo que havia ao nosso alcance. Esse olhar harmoniza com as recordações e podemos tomar fazer algumas mudanças práticas como mudar de casa, dar coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Como podemos encerrar ciclos de maneira consciente e voluntária?
· Assumir a nossa vida nas nossas mãos.
Se você percebeu que o ciclo fechou então é o momento de estabelecer alguns diretrizes na vida como:
o Definir um objetivo de vida com resultados desejados no futuro.
o Entender que tudo tem seu ônus e seu bônus. Isso permite trazer a consciência que não existe escolha certa ou errada e sim aquela que é certa para você de acordo com seus objetivos de vida.
o Aproveitar ao máximo o momento presente com suas oportunidades e ciclos. Assim, quando chegar ao fim não terá aquela sensação de que não aproveitou o quanto deveria.
o Ter a coragem de enfrentar o novo. O novo muitas vezes se mostra assustador, afinal, representa o desconhecido. Se conseguimos superar ciclos desafiadores podemos assumir a nossa coragem para iniciar ciclos melhores alinhados com nossos objetivos.
· Conversar com pessoas de confiança para pedir aconselhamento.
Quando o processo de encerrar ciclos não é fácil para fazer sozinho, podemos buscar apoio ou aconselhamento de pessoas de confiança. Pense em pessoas em que você confie e que realmente conheça você. Depositar sua confiança em pessoas de relacionamentos recentes pode atrapalhar mais do que ajudar.
· Buscar ajuda especializada
Em processos em que a pessoa esteja sofrendo ao fechar o ciclo, um olhar mais específico em descobrir o porquê de ser tão difícil de finalizar esse processo. Se a situação é difícil, podemos olhar com um amor maior e sem exclusão para o quanto ela deu para nós, mesmo que por meio dos desafios. Isto geralmente não é fácil mas, como indica Bert Hellinger, é o melhor caminho. Uma constelação familiar pode auxiliar nessa harmonização.
Algumas pessoas trazem problemas que têm origem em um transtorno de ansiedade ou depressão. Nesse caso é aconselhável ter um acompanhamento de um profissional através de terapia, pois é muito difícil abrir mão de algumas coisas.
Nada é mais agradável que evoluir. E para evoluir, precisamos largar o velho e que possamos olhar os problemas como desafios, a dor como meio de aprendizado, as mudanças como oportunidade de transformação, a insatisfação como eterna busca. Todo processo pode ser fácil ou difícil, penoso ou desafiador, de possibilidades e aprimoramentos. Depende de como você percebe cada acontecimento.
O fechamento de ciclos nos oportuniza uma nova vida.
Bem-vindos à renovação.