“Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos. ”
Anais Nin
O entendimento de cada um sobre os acontecimentos no mundo e nas nossas vidas condiz com a nossa visão de mundo.
Nós temos uma visão distorcida sobre nós mesmos, por isso os pensamentos que temos sobre nós mesmos não refletem a verdade. É como nossa mente, “mente” para nós. Temos um modo de pensar e processar informações que é enviesado, porque visa economizar energia e facilitar a tomada de decisão. Por isso desistimos rápido quando a empolgação do começo precisa dar lugar para esforço e disciplina.
Você já percebeu que quando você tem tempo de sobra para fazer um trabalho, relaxamos e deixamos para o último momento quando falta poucos dias para entregar. Isso acontece mesmo que não quisermos resolver ou enfrentar o problema no último suspiro. Isso reflete um “viés da negatividade” da nossa mente, que nos faz valorizar mais o que é ruim, seja sobre nós ou sobre os outros. Nós tendemos olhar para as coisas quando está no pior, aí nos abrimos para mudar. Sofremos maior pressão também do mundo que se tornou muito mais multitarefas.
Tudo isso é algo da nossa mente que cria uma “crença” que nos faz agir e pensar conforme a crença. Crença é tudo o que construímos na nossa mente e temos como verdade. É aquilo em que acreditamos com certeza, sem dúvida nenhuma. Agora mudar uma crença em nossa mente pode ser mais difícil do que criar uma nova.
Quando queremos ou até precisamos mudar uma crença, o maior erro que nós cometemos é somente pensar e refletir sobre a mudança. Lembrando que temos uma visão distorcida sobre nós mesmos e isso dificulta a organização na mente. Você organiza a mente não na mente porem na escrita ou no papel.
De acordo com o autor David Allen, criador do Getting Things Done um método de gerenciamento de tempo, “ sua mente é para ter ideias, não para guardá-las. ”
Anotar uma mudança de crença pode ajudar a reforçar uma nova forma de enxergar algo. Escrever essa mudança ajuda a reforçar a conclusão que você teve e assimilar essa nova crença que está desenvolvendo…
Outra forma é conversar com alguém sobre essa mudança de crença. Muitas das nossas crenças são desenvolvidas e modificadas por meio da socialização e conversar sobre a sua conclusão pode ajudar a elaborar melhor o resultado final dessa concepção, além de fortalecer a nova crença em nossa cabeça…
A ideia de escrever é encontrar respostas para os seguintes questionamentos:
- Qual é o pensamento que me prejudica?
- Como me sinto frente a ele?
- Eu gosto desse pensamento ou quero mudá-lo?
- Como posso mudar? Em quanto tempo farei isso?…
Existe ainda uma teoria na psicologia chamada “Perseverança da crença”, que mostra nossa tendência a manter uma crença mesmo diante de situações contraditórias. Observa que mesmo que desejamos ou queremos mudar, mantemos a mesma forma de agir e pensar. Por isso, uma estratégia mais eficaz para reverter esse problema é, em vez de modificar a já existente é criar uma nova crença.
Você pode mudar suas antigas convicções dando espaço para a construção de outras novas. Somos seres únicos e temos nossa forma peculiar de pensar, de olhar as coisas e de agir.
Se fomos capazes de ir formando nossas crenças desde que nascemos até hoje, somos capazes, também, de alterá-las quando não estiverem mais nos fazendo bem.
